sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

18 - Môio de repôio

 Cabêsse de repôio
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MÔIO DE REPÔIO
5 dente de áio
3 cuié de óio
1 cabêsse de repôio picado bem finin
1 cuié de mastumati

1 cuié de sal
Modi fazê:
Cascá, picá e socá o áio cum sal.
Quentá o óio.
Fritá o áio no óio bem quentin.
Fogá o repôio puriba do áio fritin.
Pô a mastumati e mexê bem rapidin.
Pagá o fogo mode num queimá.
Tá prontin.
Pode sirvi cum arrôis e melete.
Fica um trem bão dimais da conta.
Sê vai vê.
Bom pititi!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

17 - Fogão de lenha


 Fogão de lenha
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FOGÃO DE LENHA
O fogão de lenha é uma tradição
que faz parte da maioria das cozinhas mineiras.
Mito ou verdade a comida de fogão a lenha
é mais gostosa porque é feita devagar,
no meio de uma boa prosa.
Todos querem chegar mais perto
pra pegar um cantin quentin do fogão
ou um torresmin de tira gosto.
O segredo do fogão de lenha está
na atração que ele exerce sobre a família
que se reune ao seu redor
pra contar os famosos causos de mineiro.

16 - Pão duro



 Cumida de fazenda
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PÃO DURO
Mai,
mineiro tamém tem fama de pão duro.
Os antigo conta, que nas fazenda,
eles tinha aquelas mesa grande,
de madeira,
cum aqueles gavetão,
e que, se parecesse uns e outro
na hora do cumê,
que era um Deus nos acuda
pra guardar as panela no gavetão
e fingí que já tinha passado da hora
de armuçá ou jantá.
Outros dizia que os mais pobre
tinha era vergonha da cumida:
arroz de pilão...
feijão tropeiro cum lingüiça de porco...
torresmo... ovo frito...
couve picadinha...cum quiabo e angu...
essas coisa.
Óia só quis trem bão...
Vergonha de quê, Sô?

Bão dimais da conta, né?

15 - Hospitaleiro

Fazenda Colonial Mineira
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MODÉSTIA Á PARTE...
somos um povo hospitaleiro como poucos.
Temos a fama de desconfiados,
mas nossas visitas não ficam sentadas na sala.
Mineiro recebe visita na cozinha
pra tomar cafezin no copo, em pé,
com Pão de queijo ou Bolo de fubá,
quentin, saindo do forno.
De discunfiado nóis num tem nada.
Mineiro é discunfiado de outras coisa,
tipo, negócios e mulher.
Aí sim,
mineiro come quéto mermo!

14 - Como fazer um mineiro correr

 Mineirin correno atrás do queijo
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PURA INVEJA
Dizem por aí
que pra fazer um mineiro correr
basta rolar um queijo morro abaixo
que ele corre atrás pra pegar.
Realmente,
só nós sabemos como é bom
um queijo canastra,
ou um requeijão de raspa,
uma muçarela de trança.
Acredito que por trás desta ironia
exista uma pitadinha de inveja
da nossa comida de fogão a lenha,
dos nossos doces de frutas,
das nossas montanhas e cachoeiras.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

13 - Mercado Central

 Mercado Central
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MERCADO CENTRAL
é um ponto de encontro dos mineiros,
todos os sábados pra comer
o famoso bife de fígado acebolado,
uma tradição na cidade.
O que não pode faltar também
é o famoso queijo de minas,
com muitas variedades
pra mineirin nenhum botar defeito.
Isto sem falar das linguiças apimentadas
que sempre acompanham
uma boa comida mineira.
O Mercado Central é o cartão postal
da cidade e do estado,
já que a comida mineira é a referência.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

12 - Pão de queijo



Pão de queijo
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PÃO DE QUEIJO
E já tava demorano, né?
Adonde já se viu, prosa de mineiro,
que num rola receita de Pão de Queijo...
Intão, ocê mede 4 copo de porvilho
naqueles copo de requeijão de copo.
Aí, ocê iscarda o porvilho cum mei copo de óio,
um copo e mei de água e uma cuié de sal.
É bem capaz docê num sabê o quê quié "iscardá".
Faz siguinte:
ocê vai fazeno do jeitin queu tô falano
que no final dá certo.
Intão, ocê mede o porvio e deixa ele queto lá no canto.
Aí, ocê põe o óio, a água e o sal
numa panela e leva no fogo.
Quando fervê, ocê joga rapidin em cima do porvio
e mexe cuma cuié de pau.
Isso que é "iscardá", tendeu?
E, dá-lhe ovo, sem miséria.
Vai pono ovo inté a massa ficá mole,
manemeno uns dez ovo vai.
Se ocê tivé ovo caipira, mió, quêle fica bem marilin.
Purulti, misture um copo de queijo minas ralado.
Cum duas cuié ocê vai fazeno as bolota e pono no tabuleiro.
Se ocê num levá jeito,
popô a massa dendunsaco plástico,
faz um buraquin no fundo e vai ispremeno bolota,
direto no tabuleiro.
Ah, unta o tabuleiro só um tiquin,
sinão as bolota vira bulacha.
Forno bem quente.
Óia, ocês põe tenção,
que na receita num vai requeijão de copo.
O copo de requeijão é só pra mode midi o porvilho.
Agora, na hora de cumê,
se ocês pusé uma pelota de requeijão
dendo pão de queijo quente...
Aí,
vira pecado mortal.
E num isquece do cafezin, uai.

11 - O causo da comadre



 Casa de roça
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SONGA-MONGA
E tem aquele causo do cumpadre
que tava de olho gordo na cumadre.
Cuma nunca dava jeito,
ele deu o jeitin dele.
Inventô de aparecê numa hora
que o cumpadre num tava em casa.
E ficou lá, a tarde inteira,
naquela falta de assunto,
sem querê falá no mutivo da visita.
E a cumadre , só fingino de boba.
De repente,
o cumpadre falô num rompante só:
_ E aí cumadre,
nóis trepa ou nóis toma um cafezin?
E a cumadre, songa monga que só ela respondeu:
_ Cê credita que num tem pó?

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

10 - Estação de trem

 Estação de Trem de Sete Lagoas
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O TREM
A chegada do trem na estação
era a única atração do dia
nas pequenas cidades do interior.
Um atrazo na chegada e
todos iam pra estação esperar o trem.
A cidade parava até o trem chegar.
Uma estação de trem
tem muitas historias pra contar.
Histórias de amor, 
corações partidos,
alegrias e tristezas,
de quem parte e de quem fica.
Longas despedidas,
promessas de idas e vindas,
juras de amor eterno.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

09 - Lá vem o trem

 Trem de ferro
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TREM
Mai,
a maió mania de mineiro mermo é "Trem."
“Todo mineiro tem um "Trem" que corre nas suas vêia.”
É um trem doido, Sô.
Faltou a palavrinha certa, lá vem o "Trem:"
_ Que Trem isquisito.
_ Caiu um Trem no meu ôlho.
_ Eu tô cum Trem na barriga.
_ Que Trem gostoso.

No Aurélio diz assim:
Trem:
1.Bagagem de um viajante.

2. Mobília de uma casa.
3. Combôio ferroviário.
4. Bateria de cozinha.
5. Treco
6. Diz de pessoa ou coisa imprestável.
O combôio ferroviário
recebeu o nome de "Trem,"
justamente porque transportava
os “Trens” das pessoas.
Por essas e outras é que
mineiro nunca perde o "Trem."
Tamém pudera!

08 - As Mania de mineiro





 Em Tiradentes
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MANIAS

Inda tem as mania dos mineiro:
_ Num pisa no moiado de jeito maneira.
_ Andá no iscuro, nem pensar...
_ Num briga cum ninguém, mai tamém num faz as paz.
_ Nunca se vinga, ispera.
_ Dorme no chão pra num caí da cama.
_ Mineiro num perde o trem mode que chega bem cedin.
_ Mineiro num grita, num impurra, entra e sai caladin.
Trabalha em silêncio, uai!
Diz, quêles são chei das manha,
discunfiado...
caladão...
Mai isso é só inté ele custumá comcê.
Custumô comcê,
cabô.
Aí, ele sorta a franga mermo e conta inté piada.
Aquelas piada antiga...ripitida...sem graça...

sábado, 12 de janeiro de 2008

07 - Conheça as Minas Gerais

06 - Vocabulário Mineirês

Carlos Drumond de Andrade
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MINEIRO É ASSIM
Mineiro é assim, tem uns e outro que iscreve miozin, tipo, um tar de Guimarães Rosa, que diz que iscrivia tão diritin que num é quarqué porqueira que intende ele não. 
E o Drumond de Andrade, o poeta, o cara era bão dimais da conta, Sô. 
Intão, derepente, ocês pode topá cumas palavra meisquisita e ficá imbasbacado, sem sabê o quê que é. Óia, pra prosiá cum mineiro ocês tem que dá uma zoiada no nosso vocabulário mineirês.

Tipo:

pondiônis = ponto de ônibus
dôdeleite = doce de leite
iscôdedente = escova de dente
vidiperfum = vidro de perfume
mastumate = massa de tomate
dendapia = dentro da pia
É facin de intendê, né?

05 - OUTRA COMADRE SONSA



Causo do Ton
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OUTRA COMADRE SONSA
O Carreiro ia na vila buscar mantimentos e outras coisas, ia carreando com seus bois, quando passa pela porta da cumade e ela pede se podia ir junto. O veiáco aceitou, ia longe na estrada quando as casinha sumiram, o carreiro grita co'os bois:
 - Eia Paraná, eia Rochedo! Tô quereno cantá a cumade, mas tô com medo! 
A cumade se espevitou toda no carro e gritou: 
- Ôa Rochedo, õa Paraná! Fala co'o cumpade que pode cantá, que a cumade tá doida pra dá! 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

04 - Mineirin da roça

Santana do Riacho
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ÊTA VIDÃO, SÔ.
Óia só que Sossêgo... 
Mineirin da roça mora assim:
Uma vaquinha pra garanti o leite.
Galinha solta no  terreiro mode num fartá ovo.
Uma horta cuns pezin de couve e quiabo
pra cumê cum angu ...
no fugão de lenha, uai.
 Qué mais?
Porta sem tranca,
modo o vento entrá e saí ...
janela aberta pra ver a lua passá...
pra lá...pra cá.
E o som da noite?
É sapo coachando ...
É bezerro desmamano ...
Pouca Coisa,
 pra num perturba o sono.
Manhãzinha na Roça
 cumeça
cus galo cantano,
 que acorda as galinha,
que acorda os passarin,
e é aquela festa ...
Eta vidão, Sô!